A criação de peixes para fins comerciais, conhecida como piscicultura, é de extrema importância mundial. E apesar de ser uma atividade promissora e uma boa alternativa de negócios, você pode se deparar com alguns desafios.
Um dos desafios, é o manejo reprodutivo de peixes. Desde a escolha da espécie até a reprodução dos peixes são processos que devem ser realizados com cuidado.
Por exemplo, o manejo reprodutivo de peixes nativos migradores inclui diversos procedimentos, como a seleção das matrizes e reprodutores que sejam favoráveis à reprodução induzida, pesagem e identificação dos peixes até que a fertilização e incubação dos ovos sejam realizadas em laboratório.
Observando a lista de procedimentos, pode parecer quase impossível fazer o manejo reprodutivo dos peixes. Mas nós preparamos um guia especial para te ajudar nessa tarefa.
Confira!
Como realizar o manejo reprodutivo de peixes?
Agora que você sabe alguns processos de como criar um manejo reprodutivo dos peixes, confira o passo-a-passo de cada etapa.
Seleção das matrizes e reprodutores
Após a compra de novos peixes para criação, eles devem passar por um período de quarentena antes que sejam misturados aos demais peixes do local de criação.
Depois da quarentena, quando os peixes atingirem a maturidade sexual, você pode fazer a seleção dos reprodutores e matrizes que sejam favoráveis à reprodução induzida.
Para escolher os peixes que estejam em condições para a reprodução, você deverá capturá-los um a um. E cobrindo a cabeça do peixe, pressione levemente o abdômen dele deslizando as mãos em direção à papila genital.
A partir desse procedimento, você conseguirá perceber se os machos estão aptos para a reprodução, se eles liberarem o líquido seminal que possui uma coloração leitosa.
Após a seleção das matrizes e reprodutores, você deverá realizar a captura dos peixes.
Mas para isso, é recomendável que o viveiro esteja parcialmente drenado, permanecendo com uma profundidade entre 0,7 e 1 metro para facilitar o manejo.
Avalie a maturação dos ovócitos
As fêmeas que apresentarem características visuais favoráveis à reprodução, deverão ser submetidas à canulação para a coleta de ovócitos e determinação se estão em estágio final de maturação, o que aumentará as chances de sucesso da reprodução.
Transporte os peixes selecionados para o laboratório
Após a seleção dos machos e fêmeas que estão prontos para reprodução, chegou a hora de levá-los até o laboratório.
Os peixes deverão ser transportados rapidamente em caixas plásticas ou caixas de transporte específicas para peixes, contendo a água do viveiro. Mas se o viveiro for próximo ao laboratório, você poderá levar os peixes em sacolas teladas próprias para o transporte dos animais.
Pese e identifique os peixes
Ao chegar no laboratório, é importante que você faça a pesagem dos peixes e os identifique antes de soltá-los nos tanques para a reprodução.
E ao retirar o peixe da balança, corte um pedaço do fio colorido e prenda na nadadeira dorsal do peixe, anotando a cor junto às informações de peso registradas anteriormente.
Como preparar os viveiros para receber os ovos?
De acordo com as espécies de peixe que for reproduzida, é necessário iniciar a preparação dos viveiros para receber os ovos.
Realize a desinfecção do viveiro
No primeiro momento, é importante deixar o viveiro secar por pelo menos 4 dias e em seguida aplicar 100 gramas de cal virgem por metro quadrado apenas nas poças de água que sobrarem.
Esse procedimento irá auxiliar no controle da população de peixes invasores, parasitas e outros microorganismos que podem causar doenças nos peixes.
Faça a calagem do viveiro
Para melhorar a qualidade da água e do solo do viveiro, você pode utilizar a técnica chamada calagem.
A função da calagem é neutralizar a acidez na camada de sedimentos do fundo, elevar a alcalinidade total da água, além de evitar as variações diárias do pH e assim, favorecer o desenvolvimento dos peixes.
Não esqueça da adubação do viveiro
A adubação dos viveiros tem a função de disponibilizar os nutrientes na água para o desenvolvimento de fitoplâncton (organismos vegetais) e zooplâncton (organismos animais).
E além disso, ainda auxilia na impermeabilização dos viveiros e na redução da incidência de raios solares na água, o que irá evitar a proliferação de algas nocivas à produção.
O processo de adubação pode ser realizado após a calagem, e os adubos utilizados podem ser orgânicos ou químicos.
Agora é hora de abastecer o viveiro
Após a aplicação do adubo, você pode encher e manter o viveiro com uma profundidade máxima de 80 a 100 cm na primeira semana, mas sem a renovação de água.
Nesta etapa, você só precisará fazer a reposição diária das perdas por infiltração e evaporação, a fim de acelerar o desenvolvimento do plâncton.
E na segunda semana, basta completar o nível do viveiro.